Especialistas apontam uma série de fatores para que o Brasil esteja no topo dessa lista
O Brasil é hoje um dos países que mais sofrem ataques digitais no mundo.
De acordo com dados divulgados pela PWC, empresa responsável por conduzir a Pesquisa Global de Segurança da Informação, o número médio de ataques digitais cresce cerca de 38% no mundo em 2015.
No Brasil, entretanto, esse número foi muito superior, chegando a impressionantes 274%.
Inegavelmente, esse dado é bastante alarmante. Para os especialistas, entretanto, há diversas explicações para esse fenômeno que nos coloca entre os países onde há o maior risco de ser atacado.
Além disso, existem algumas maneiras de se prevenir e minimizar os riscos decorrentes dessas ameaças, mas isso requer não apenas um pouco mais de atenção como também cuidados extras.
Infelizmente, as ameaças digitais não são as únicas a serem temidas. Os índices de furtos e roubos de celulares também cresceram consideravelmente nos últimos anos, tornando esses dispositivos vulneráveis.
Contratar um seguro para o smartphone, por exemplo, é uma das formas desse precaver para que seus dados não caiam nas mãos erradas.
Ausência de uma legislação específica
Um dos motivos que acaba estimulando bastante a prática de ataques digitais no Brasil é a falta de uma legislação específica.
Por conta disso, fica mais difícil punir os culpados de forma que eles acabam vendo essa brecha na lei como uma espécie de estímulo a continuarem praticando esse tipo de delito.
Outro aspecto ainda diz respeito a rastreabilidade desse tipo de crime. Muitas vezes, embora as ações sejam coordenadas de dentro do Brasil, os ataques passam por servidores de outros países, criando um problema de jurisdição.
Em outras palavras, só seria possível localizar e punir os envolvidos mediante um acordo internacional com o país em questão, o que nem sempre ocorre.
O mundo digital ainda é novo para o brasileiro
Essa afirmação pode parecer estanha para alguém que já possui celular, notebook e internet banda larga, mas o Brasil ainda é um país relativamente “novo” em termos de inclusão digital.
Os celulares têm hoje o seu ponto alto junto aos consumidores e só nos últimos dois anos é que os investimentos em internet banda larga fizeram com que essa modalidade se tornasse mais acessível no país.
Assim, não é de se espantar que muitos brasileiros ainda estejam em suas primeiras gerações de smartphone.
Não dá para dizer que se trata de um analfabetismo digital, longe disso, mas ainda pode ser um considerado um momento de descoberta, fato que torna boa parte da população susceptível a cair em golpes orquestrados por pessoas mal-intencionadas.
A preocupação com segurança é menor do que devia
A falta de conhecimento aliada a uma certa dose de displicência do brasileiro faz com que ainda existam muitas brechas para ataques cibernéticos.
Aqui, não estamos falando apenas das proteções tradicionais que você deve adotar em computadores ou celulares, como softwares de antivírus, antimalware e antispyware.
Nesse cenário, incluímos também os roteadores, o uso de senhas fracas, o compartilhamento de dispositivos, a falta de cuidados em redes públicas e o uso de softwares de fontes cuja procedência é duvidosa, em especial por conta da pirataria.
Em termos educacionais, esse cenário vem melhorando ao longo dos anos, com mais informações sendo divulgadas pelos grandes veículos, mas ainda há muito a ser feito.
Roubos de celulares são muito frequentes
Pense da seguinte forma: você sairia na rua com três mil reais na mão? Provavelmente sua resposta seria “não”, afinal é arriscado andar por aí com tanto dinheiro assim.
Entretanto, quando falamos de modelos de smartphone top de linha é mais ou menos isso que acontece: você está com três mil reais no seu bolso andando por todos os lugares, o que obviamente acaba sendo visado pelos assaltantes.
A solução, nesse caso, é adotar uma dupla prevenção. A primeira delas diz respeito ao aparelho em si.
Contratar um seguro para o smartphone é uma das garantias que você pode ter caso alguma coisa de errado aconteça com o seu aparelho.
Além disso, uma vez que as suas informações pessoais estão sob risco, ter ferramentas de segurança que impeçam outras pessoas de acessar o seu celular e igualmente fundamental.
Mudanças à vista?
Como você pode perceber, o cenário não anda muito favorável para os brasileiros quando o assunto é conter o número de ataques digitais.
A inventividade dos bandidos parece estar um passo à frente das preocupações que as grandes corporações e os usuários em geral têm com relação ao assunto.
Em um curto prazo, infelizmente, não há muita perspectiva de que isso mude.
Porém, isso não significa que as coisas não têm mais jeito.
Tramita no Congresso Nacional uma série de projetos de lei que visa tipificar e punir com mais facilidade – e maior rigidez – crimes como esses.
Além disso, as fabricantes de celulares e as empresas de software têm se mostrado atentas quanto à segurança de dados, incluído novas ferramentas em smartphones a cada nova geração e aparelhos.
Por fim, resta à mídia e aos grandes veículos de comunicação mostrarem um pouco mais desse problema, conscientizando os usuários de que é muito importante que eles se mostrem sempre atentos a qualquer ameaça.
Usar aplicativos de fontes seguras e evitar clicar em links ou abrir arquivos suspeitos é de suma importância para erradicar boa parte das ações que ocorre hoje.
comentários