Carro Land Rover. Você já pensou em dirigir pelo smartphone? Bem, a Land Rover pensou - e se você imaginou aqueles controles de videogames acertou em cheio.

A ideia é exatamente essa, guiar o veiculo por controle remoto, o que pode ser especialmente útil em locais de risco, como trilhas off road e lugares perigosos, onde você comanda o carro pelo celular de acordo com o ângulo mais seguro para ele passar. Sem você dentro, é claro.
Na verdade a ideia não é nova e está há anos entre os maiores projetos de grande parte das montadoras e até de empresas que a princípio não têm nada a ver com o ramo automobilístico, como a Apple e o Google. A criação de carros autônomos é um assunto tão sério que um estudo feito pela Boston Consulting Group (BCG), divulgado em janeiro, estima que daqui a apenas 20 anos eles representem 10% das vendas mundiais (ou 12 milhões de unidades por ano).
E se você pensa que não vai querer porque não faz o estilo rally, não se engane: o aplicativo é uma ótima ideia para colocar e tirar o carro das vagas cada vez mais apertadas dos shoppings, por exemplo.
Como é o aplicativo do carro Land Rover
A ideia do projeto é justamente acabar com a parte chata de dirigir, os momentos de tensão e de manobras complicadas. O aplicativo desenvolvido pela Land Rover pode ser instalado em qualquer smartphone e na verdade é tão simples de usar quanto qualquer joguinho - a não ser pelo fato de ser o seu carro de verdade que está lá e não uma representação virtual. Por enquanto a velocidade máxima atingida é de 6,5 Km/h, o motorista precisa estar no máximo a 10 metros de distância e ter a chave do sistema, claro. Entre as funções muito legais do app está o retorno automático: basta apertar um botão e o veículo faz todas e quantas manobras forem necessárias para fazer o retorno, mesmo nos lugares mais apertados.

Autonomia que chega aos poucos
A intenção é que os sistemas tenham cada vez menos intervenção humana, e já há vários projetos semiautomáticos em teste nas montadoras. Mas imagine que isso é só o começo e que, na realidade, a revolução mais radical dos últimos 10 anos na história da indústria automobilística já está acontecendo. Ainda neste ou no máximo no próximo ano devem ser lançados no mercado os primeiros modelos Cadillac CT6 e Audi A8, com direção, acelerador e freio automáticos.
Carros como os do jogo "Minority Report", que se passa em 2054 e tem veículos que andam tanto na horizontal quanto na vertical sem precisar de ninguém para pilotá-los, estão cada vez mais próximos da realidade. De acordo com o BCG, carros sem qualquer tipo de interação humana, ou seja, 100% autônomos, serão comuns nas ruas do mundo inteiro - tanto que ninguém mais precisará comprar carros nos grandes centro graças à grande quantidade de "táxis-robôs" ou carros compartilhados. Haveria, dessa forma, uma redução dos níveis de poluição, consumo de combustível e trânsito.
Pesquisa mostra que ideia ainda encontra resistência
Hoje a incorporação desse tipo de veículo ainda sofre resistência por grande parte das pessoas, mas o aumento do nível de segurança aos poucos deve conquistar mais adeptos. Pesquisa realizada pela consultoria Harris Poll para o site Autotrader.com mostrou que a maioria dos consumidores ainda não confia na tecnologia, mas que é perfeitamente capaz de paradigmas: quando foi perguntado aos norte-americanos se confiariam em um carro que andasse sozinho, a maioria disse que era muito perigoso. Quando foi explicado que já existe um carro que assume o controle dos freios e do volante para evitar colisão, a resposta foi "traga-o já!". Pois é, ele já existe, o Subaru Outback é um carro que reduz a velocidade ou freia automaticamente se pressentir a iminência de uma colisão.

Legislação deverá ser modificada
Fabricar carros autônomos parece dever de casa de criança perto de algumas questões éticas e filosóficas muito mais distantes de serem resolvidas. A decisão de quem vive e de quem morre em um acidente deve ser do carro autônomo? Deve sacrificar seu ocupante e desviar em direção ao abismo para não bater em um ônibus escolar de crianças? Desviar de um ponto de ônibus cheio de gente ou bater de frente em um caminhão? No Centro de Pesquisas Automotivas da Universidade de Stanford um grupo composto por integrantes da Ford, Audi, General Motors, Toyota e Renault está quebrando a cabeça para programar os carros com decisões éticas.
São mais perguntas que respostas, mesmo que seja levada em conta a primeira lei da robótica de Asimov, segundo a qual "uma máquina autônoma não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um humano seja ferido". Da mesma forma a legislação brasileira ou de qualquer outro país ainda não está adequada para abranger todos os casos que essa questão levanta e terá necessidade de ser atualizada de acordo com a velocidade da indústria automobilística.
Confira o vídeo de apresentação. Bem vindo ao novo mundo!
Enquanto isso, o melhor é aproveitar as vantagens de aplicativos como o da Land Rover e deixar a parte difícil para o computador - como estacionar em uma vaga minúscula.