Imagine a seguinte situação: Você está dirigindo seu carro tranquilamente às 3:00 h da manhã em uma avenida deserta e, de repente, o ponteiro do tanque de combustível começa a descer cada vez mais rápido e o carro parece não ter mais o mesmo desempenho.
Você acorda e descobre que tudo não passou de um pesadelo. Que alívio, hein? Mas, cuidado! Esse pesadelo pode se tornar real se você abastecer seu automóvel com gasolina adulterada. Conheça agora o que significa e quais riscos ela representa para seu carro e, claro, para seu bolso.
Combustível fora do padrão
Gasolina adulterada nada mais é do que o combustível fora do padrão de venda determinado por lei. A adulteração da gasolina é provocada especialmente pela adição irregular de solventes ou por excesso de álcool anidro. Dentre os solventes mais comuns para a adulteração da gasolina podemos citar o óleo diesel, o querosene, a aguarrás, os refinados petroquímicos, os solventes para borracha (SPB), a benzina industrial, e o álcool etílico anidro em proporções acima das permitidas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Além de notar problemas mecânicos, o motorista sente a diferença também no bolso: Pesquisas realizadas por especialistas comprovam que um combustível que sofreu adulteração pode acarretar graves danos ao veículo. As primeiras peças que sofrem danos, por estarem em contato direto com o combustível, são as velas de ignição e os bicos injetores. Após causar numerosos danos, prejudicando o desempenho do bico e das velas, esse combustível pode não só estragar a sonda da lâmina, como também o catalisador do veículo, que vai encharcando por uma disfunção no processo da queima. As adulterações também são prejudiciais ao motor do carro. O solvente, por exemplo, pode ressecar as peças de borracha. Diante de tantos problemas, fica a dica: além de cuidar do seu carro no dia a dia, não esqueça de fazer para ele, um seguro de carro que vai te proteger contra o que realmente importa.
Gasolina adulterada também faz carro flex sofrer
Os chamados carros flex, cujos motores funcionam tanto a álcool quanto a gasolina, não sofrerão com problemas mecânicos. Nesse caso, a perda do motorista é financeira, já que ele paga por um produto de qualidade e, na verdade, abastece o carro com combustível adulterado. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes alerta ainda sobre os riscos para a saúde dos motoristas, dos frentistas e das pessoas em geral. O combustível adulterado produz mais resíduos, mais poluição, e alguns desses produtos clandestinos são até mesmo agentes cancerígenos.
Um teste simples e obrigatório pode ser feito em qualquer posto de combustíveis para saber qual é a porcentagem de álcool existente na gasolina vendida. Em um recipiente de 100 ml o frentista coloca metade de água e metade de gasolina. A gasolina não se mistura com a água, apenas o etanol. Então é só ficar de olho: se o líquido transparente (mistura de etanol com água) atingir 10 ml, que é a quantidade ideal, a proporção está adequada. Caso o líquido transparente seja maior do que o valor mencionado acima, significa que o combustível foi alterado. Segundo a Resolução nº 9 da ANP, você pode solicitar ao revendedor a realização do teste de combustível no posto. O poder de fiscalizar e/ou multar os postos cabe à ANP.
Para se poupar de futuras dores de cabeça, sempre desconfie de valores muito mais baixos da média; procure abastecer nos mesmos postos, pois será mais fácil de controlar a qualidade do combustível; opte por postos com bandeira e, ao abastecer durante as viagens, certifique-se de pedir a nota fiscal.
comentários