Será que a internet das coisas vai ser realidade em 2018?
Entre os dias 9 e 13 de janeiro, na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, foi realizada mais uma edição da CES 2018, principal feira de tecnologia do mundo.
O evento deste ano, além de apresentar muitas novidades em termos de hardware, também manteve o foco sobre um item que vem sendo desenvolvido pela indústria com muita veemência nos últimos anos: a chamada Internet das coisas.
Porém, embora possamos considerar que houve avanços significativos nesse campo, em termos de popularização, especialmente no Brasil, a Internet das coisas ainda está longe de se tornar uma realidade.
As promessas, no entanto, continuam e há setores da indústria que afirmam que até 2020 ela será uma realidade na maioria dos lares. Será mesmo?
Foco nos assistentes pessoais
Uma das tendências reveladas pela CES 2018 foi a do foco nos assistentes pessoais. Trata-se daqueles serviços similares à Siri, do iPhone, ou ao Google Assistant, no Android.
Ou seja, você pode interagir com o seu celular apenas mediante comandos de voz. A Samsung, com a Bixby, e a Amazon, com a Alexa, também investiram forte nesse mercado.
E você sabe o que é um sistema operacional de celular? Veja como funciona e o quão inteligente é. Nos Estados Unidos, o sucesso desse tipo de equipamento começa a dar os primeiros sinais de que realmente pode acontecer.
É cada vez maior o número de consumidores que recorrem a dispositivos como esses para integrar os mais diversos comandos das casas, nas chamadas residências conectadas.
No Brasil, ao menos por enquanto, os produtos em muitos casos não foram nem lançados.
As residências conectadas
Quantas casas você conhece no Brasil que estão completamente conectadas?
Por conexão total falamos de luzes que podem ser acesas por comando de voz ou via celular, de geladeiras com acesso à internet para envio de relatórios sobre quais alimentos estão faltando ou de termostatos que regulam a temperatura do ambiente de acordo com a hora do dia.
Embora esses itens ainda sejam uma realidade distante para a maioria dos brasileiros, nos Estados Unidos o segmento de Home Connect foi um dos que mais cresceu nos últimos dois anos.
Ainda assim, a indústria precisa superar a barreira que é a maneira como muitos consumidores encaram essas inovações: boa parte do público ainda vê esses itens como supérfluos.
Do exagero à realidade
Nos primeiros anos em que a Internet das coisas deu as caras nos grandes eventos de tecnologia, boa parte do público questionou a sua utilidade.
Na ânsia por incluir funções “conectadas” em praticamente qualquer coisa, vimos uma enxurrada de itens como canecas e camisetas capazes de acessar a internet – algo interessante do ponto de vista tecnológico, mas pouco útil em termos práticos.
O tempo dos acessórios despretensiosos com conexão à internet parece ter passado, uma vez que muitos desses produtos não se provaram viáveis comercialmente.
Os esforços, então, foram direcionados às residências conectadas, aos carros conectados e à integração entre smartphones e dispositivos fitness, como relógios, pulseiras e balanças.
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A expectativa da indústria
Durante a CES 2018, especialistas do setor de tecnologia afirmaram que até 2020 o segmento de Internet das coisas deve atingir a sua maturidade.
Por maturidade, entende-se o reconhecimento por parte do público e a consolidação de um determinado número de itens à venda.
A previsão, obviamente, leva em consideração apenas o mercado norte-americano.
No Brasil ainda há uma série de entraves que fazem com que equipamentos como esse ainda não tenham caído no gosto popular.
O primeiro aspecto é a falta de fabricação ou montagem nacional, o que faz com que as distribuidoras precisem recorrer à importação.
Isso aumenta o preço e afasta até mesmo os curiosos de fazerem os seus primeiros testes com a nova tecnologia.
O segundo ponto a ser observado é a falta de espaços de demonstração dessas novas tecnologias.
Enquanto nos EUA há muitas lojas especializadas em eletrônicos com estandes inteiros montados pelas próprias marcas, no Brasil esse modelo de venda no varejo ainda é restrito aos grandes shoppings das principais cidades do país.
Redução de preços e acessibilidade
Falando em termos de Brasil, há dois fatores que podem se mostrar significativos para que o país possa entrar na onda da Internet das coisas.
O primeiro deles é, sem dúvida, o custo dos produtos. À medida que a demanda aumentar nos Estados Unidos, deve aumentar também a produção e, com isso, a necessidade de exportação.
Esse é um fator que pode ajudar a baratear os produtos de gerações mais antigas, por exemplo. Já o segundo aspecto a ser levado em consideração é a fabricação local.
Ainda faltam empresas que invistam no segmento por aqui apostando que os consumidores terão interesse e tornar as suas casas ambientes conectados.
Seguros para celular passaram por um processo similar
De certa forma, podemos comparar o mercado de seguro para celular com a internet das coisas em seu princípio.
Quando as primeiras apólices surgiram, o público não tinha consciência da necessidade de proteção dos seus aparelhos e os valores eram, em média, mais altos.
Hoje, no entanto, essa se tornou uma realidade devido ao alto preço dos smartphones, o aumento considerável do número de roubos de celular e devido ao baixo preços das mensalidades.
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Trata-se de um mercado ajustado e consolidado. Assim, o caminho que a Internet das coisas ainda tem a percorrer é longo até que ela possa ser considerada uma realidade entre todos nós.
E você, conta pra gente o que acha sobre essa promessa da tecnologia.
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