As Previsões para o Mercado Automotivo 2015 Mostram-se Mais Conservadoras de Acordo com Anfavea e Faenabrave
Enquanto para a maioria dos mortais brasileiros a alta do dólar é preocupante, para o setor automotivo pode ser um sinal de que realmente 2015 promete ser melhor para o mercado automotivo, uma vez que ela deverá inibir a participação de importações nas vendas. Na verdade o que a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) espera um crescimento da ordem de 4,1% na produção deste ano em relação à de 2014, que teve uma queda de mais de 15%. No ano passado, a queda da venda de carros nacionais ficou em 7,1%, algo em torno dos 3,49 milhões de veículos.
É verdade que o setor iniciou o ano com demissões – afinal o acordo para evita-las em troca da redução do IPI foi várias vezes prorrogado mas finalmente venceu no final do ano passado – e só a Mercedes-Benz e a Volkswagen já mandaram embora 260 e 800 funcionários, respectivamente, de suas unidades em São Bernardo do Campo.
Só em dezembro passado já haviam sido demitidos 1.538 mil trabalhadores do total de 12,4 mil em 2014, a maior dispensa em 16 anos de acordo com a Força Sindical. Para a Anfavea, no entanto, as dispensas de 2015 não ferem acordos e são apenas licença-remuneradas.
Por outro lado, o ano promete lançamentos bastante interessantes e aguardados e, por incrível que pareça, praticamente no mesmo ritmo que em 2014, quando houve mais de meia centena deles. O ano de 2015 reserva, por exemplo, pelo menos 3 lançamentos completamente novos da produção local, como o Honda HR-V, o Pegeout 2008 e o Jeep Renegade, que retoma a produção nacional.
Entre os utilitários esportivos os mais aguardados são o JAC T-6, o Suzuki S-Cross e o novo Ix-35. Na linha passeio o Focus argentino alinhado ao europeu, o Golf nacionalizado com opção sedã, o Jetta, o Taigun com base no Up! e a reformulação em meia geração do Palio. Haverá ainda novidades entre os comerciais leves (como o Duster Orach da Pegeuot, nova versão do Montana), mas o grosso dos lançamentos só deve ocorrer mesmo lá pelo segundo semestre.
JAC T-6
Jeep Renegade
Peugeot 2008
O que acontece é que o mercado automobilístico brasileiro muitas vezes é uma incógnita. Se por um lado a previsão da Anfavea é considerada otimista por especialistas, mas conservadora por ela mesma, os números mostram leituras bastante interessantes.
Nos primeiros 27 dias de 2015 as vendas de veículos caíram 30% na comparação a dezembro e 17,5% na comparação a janeiro de 2014, mas ainda assim o Brasil se mantém em quarto lugar no ranking mundial de vendas entre 15 países, de acordo com a consultoria especializada Jato Dynamics do Brasil, atrás apenas da China, dos Estados Unidos e do Japão.
Assim, a estimativa da maioria dos grandes chefes das montadoras é de que o PIB cresça 3%, isso enquanto o primeiro boletim Focus do Banco Central do ano apurou uma expectativa de 0,5%. Todas essas notícias obviamente influenciam o mercado de venda de seguro para automóveis que acompanha de perto o aquecimento do setor automobilístico.
A Faenabrave, por exemplo, entidade que representa as concessionárias, aposta na melhora da oferta de crédito para melhorar o desempenho em relação ao ano passado, e estima uma queda de 0,5% nas vendas – isso depois da queda de 7,5%d de 2014, claro.
Para a Anfavea, essa queda aconteceu por uma combinação de motivos, desde as manifestações contra a Copa do Mundo no Brasil em 2013 até a redução da quantidade de dias úteis pela própria Copa. Pelo visto o jeito é aguardar o segundo semestre e ver quem tem razão.
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