Dispositivos móveis a favor da educação: Conheça o M-Learning e projetos que estão ajudando pessoas no mundo inteiro.

M-Learning

Aquela época em que os pais reclamavam tanto de os filhos não desgrudarem dos celulares se já não acabou está com os dias contados. Cada vez mais os smartphones são uma alternativa para lá de inteligente na criação das crianças. Além dos aplicativos de controle, como GPS e câmeras de segurança, sem esquecer do seguro para celular, eles também estão se tornando grandes aliados para a educação – e não só para os pequenos. Vários aplicativos e projetos têm mostrado que o aparelhinho abre horizontes gigantescos quando o assunto é oportunidades à distância ou presenciais para todas as camadas da população. Agora, em vez de os professores tirarem os celulares dos alunos, eles estão distribuindo na sala de aula: é o mobile learning – ou m-learning – ganhando força pelo mundo.

Projetos espalham conhecimento via smartphones em todo o mundo

Se você ainda não tem ideia do que estamos falando, dê uma espiadinha no Projeto Jokko Initiative, implantado em 25 vilas do Senegal, na África. Lá, pelo menos 800 pessoas, entre adultos e crianças, já passaram pelo programa de alfabetização onde o smartphone é a maior ferramenta: por meio dele os participantes trocam informações entre comunidades e aulas de matemática, democracia, saúde, direitos humanos e línguas. Lá, já há 650 milhões de pessoas com cobertura de telefonia celular.

jokko initiative

Alunos da Jokko Initiative participam na arborização da aldeia e aprendem a como cuidar das mudas pelo telefone.

Tudo bem, é na África. Mas na Universidade de Harvard, o Projeto EcoMUVE usa o smartphone para ensinar crianças do Ensino Médio sobre o meio ambiente. Tudo bem, é nos Estados Unidos. Mas os governos do Reino Unido e de Bangladesh (onde o número de celulares já ultrapassou os 900 milhões) fecharam parceria para o Janala Project, pelo qual professores, adultos e crianças de regiões carentes aprendem inglês gratuitamente por meio de aplicativos no smartphone onde acessam um site com testes e tarefas – e a ideia é alcançar 25 milhões de pessoas. Tudo bem, é no UK e na Índia. Mas em Cingapura a Universidade de Chiang Mai e a empresa de games RockMoon lançaram um aplicativo para tornar as aulas dos professores mais interativas: com informações sobre história e geografia com geolocalização, o aplicativo oferece quiz, provas e suporte online de professores para ajudar nos deveres de casa. Tudo bem, é na Ásia.

BemMaisSeguro - ecoMuve - M-Learning

Alunos aprendem a cuidar do ecossistema por meio de programas no Smartphone

No Brasil M-learning ganha cada vez mais força

E no Brasil? Bem, por aqui a situação não é muito diferente da do resto do mundo. Em São Paulo, o Projeto Celular na Escola, da Fundação Vanzollinni, prevê smartphones e redes sociais sendo usados como apoio às atividades escolares com foco na sustentabilidade: os professores fazem curso online com sugestão de atividades com os mais de 3 mil alunos, que registram e debatem pelo celular suas descobertas nas pesquisas de campo, transformando em conteúdo de uma rede social exclusiva – o que, por sua vez, traça um mapa colaborativo dos municípios envolvidos. Mas este é apenas um entre tantos outros que estão sendo desenvolvidos país afora. De acordo com a Unesco, os programas e aplicativos do M-learning dedicados à alfabetização podem fomentar a leitura em até 60%.

Mais que um telefone, um objeto inseparável do educador

m-learning - BemMaisSeguro - Educação

Claro que a tecnologia, sozinha, não resolve todos os problemas da educação, mas com a ajuda do M-Learning ela está abrindo portas antes inexistentes e ampliando o leque de conhecimento de milhões de pessoas no mundo inteiro, levando educação básica e interagindo comunidades. Hoje o smartphone é considerado por especialistas como Gil Giardelli, da ESPM, um objeto inseparável do educador. “Os exemplos vêm desde aplicativos e jogos educativos para os alunos, até simples lembretes de sugestões de leitura, tarefas exercícios e programações a planos de aula para os educadores. Para ser melhor, é preciso “apenas” que o Brasil barateie o custo das conexões e melhore o sinal das operadoras. Interesse, ideias e tecnologia nós já temos.” – afirma.