Entenda como a dependência de Smartphones pode ser considerada até mesmo uma doença se você não souber como controlar as suas ações

Como você se sente se precisar ficar mais do que duas horas longe do celular? Sentir falta de um objeto que nos acompanha no dia a dia é uma coisa, mas a partir do momento em que você passa a sofrer em razão dessa ausência esse pode ser um sinal de que você está viciado em celular.

Esse alto grau de dependência tem nome: nomofobia. Embora sentir a necessidade de ter o aparelho de volta por si só não seja caracterizado como uma doença, o fato de essa ausência provocar angústia, estresse, irritação ou ainda afetar a sua capacidade de concentração pode sim indicar que você está diante de um problema.

Uma reportagem publicada pela BBC Brasil aponta que o vício em celular está se tornando cada vez mais frequente nos consultórios médicos brasileiros. Com 120 milhões de usuários de internet, o país hoje é o quarto maior do mundo em volume, atrás apenas de Estados Unidos, Índia e China.

Entretanto, não há dados precisos para apontar qual parcela da população se sente dependente dos celulares. Uma pesquisa da Deloitte que entrevistou 2 mil brasileiros, apontou que dois em cada três pais acreditam que os seus filhos usam demais o celular.

Além disso, metade dos entrevistados que estão em um relacionamento afirmaram que os seus parceiros passam dos limites na hora de usar o celular. Ainda pior: 33% dos pesquisados admitiram que trocam as noites de sono pelo prazer de ficar navegando nas redes sociais pelo Smartphone.

Nomofobia: a dependência do telefone celular

Considerado um dos males modernos, a nomofobia é o termo utilizado para descrever aquelas pessoas que não conseguem ficar longe dos seus Smartphones. O termo vem da expressão em inglês “no mobile phone fobia”, que em tradução direta significa algo como “medo de não ter um telefone celular”.

No entanto, existe uma linha tênue para compreender quando o celular deixa de ser um acessório importante em nossas vidas para praticamente virar uma extensão do nosso corpo. Com o início do uso do celular cada vez mais cedo por parte das crianças, é natural que elas cresçam e alimentem ainda mais essa dependência.

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O vício em jogos de celular, por exemplo, é uma dessas características. No entanto, são as redes sociais que respondem pela maior parcela dos problemas relacionados ao uso excessivo do aparelho. A necessidade constante de ter acesso às atualizações é um dos principais problemas.

Como o nosso organismo reage ao uso do celular

Além de saciar as necessidades naturais para as quais ele foi criado, o uso contínuo de Smartphones pode despertar uma série de gatilhos e sintomas nas pessoas, estimulando a dependência. Em nível neurobiológico falamos de um sistema de recompensa cerebral, que estimula comportamentos de manutenção da vida.

Assim, temos necessidade de comida, de sexo, de proteção, entre outras coisas, e recebemos sinais do corpo nos informando que “precisamos” daquilo. No caso do vício em celular a sensação é exatamente a mesma. Nosso corpo “precisa” usar o aparelho e ver as novidades para que se sinta saciado.

Boa parte disso se deve à sensação de instantaneidade criada pelas redes sociais. Por meio dos feeds, recebemos informação em tempo real de todas as partes do mundo. Ficar por alguns minutos essas informações pode dar para algumas pessoas a sensação de estar “perdendo” algo importante – por isso a angústia.

Quando o prazer de torna vício

Obviamente, de forma alguma queremos sugerir que você não deve usar o seu Smartphone para jogar ou checar as redes sociais. No entanto, é importante que você observe o seu comportamento quando estiver distante do aparelho. Ou, ainda, quando você deixa a sua vida real de lado para mergulhar no mundo virtual.

São muitos os relatos de pessoas que se sentiram desprezadas por parceiros ou amigos ao se sentar em uma mesa de bar e ver que os colegas não conseguem deixar o celular de lado. Se você é um desses que não consegue deixar o aparelho de lado quando conversa com outras pessoas, pode ser que você esteja viciado em celular.

Esse diagnóstico mais preciso só poderá ser dado por um psicólogo ou psicanalista, mas ao perceber que sintomas como esses têm se tornado constantes é um bom momento para procurar auxílio.

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O maior dos problemas é sempre quando o seu comportamento na vida real é prejudicado pela concentração excessiva no mundo virtual. Assim, deixar de estudar, trabalhar ou conversar com outras pessoas para ficar de olho apenas na tela do aparelho pode ser um sinal de vício em celular. 

Outro aspecto que deve ser levado em consideração são as constantes reclamações daqueles que estão à sua volta. Muitas vezes, quem está viciado em ver o celular não se dá conta disso – e por essa razão não admite o problema. Porém, seus familiares e seus amigos são os melhores parâmetros para indicar se há alguma coisa fora do normal.

Saiba a hora de parar

Além de tudo que já mencionamos aqui com relação aos malefícios que o vício em celular pode causar à sua saúde, há também que se levar em consideração outros perigos que você corre quando não consegue se conter para usar o aparelho. Sabemos que os Smartphones estão hoje entre os itens mais visados pelos bandidos.

Usar um celular em público, em muitas circunstâncias, pode ser uma espécie de chamariz para que pessoas mal-intencionadas tentem roubar você. Mesmo que você tenha um seguro para celular, algo que vai fazer com que você economize bastante caso seja roubado, ainda assim há a dor de cabeça que situações como essas trazem.

Por isso, evite a exposição do seu aparelho em locais públicos. Se ainda assim ter o celular em mãos em vias públicas for uma necessidade para você, então é sinal que alguma coisa não está bem.

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